Burocracia impede renovação de frota sucateada da Prefeitura de Londrina

Os trâmites para o conserto dos automóveis da Prefeitura Municipal de Londrina, no norte do Estado do Paraná, caminham a passos lentos. A licitação foi aberta e duas empresas ficaram autorizadas a realizar o serviço. O andamento do processo, porém, foi lento e a ordem de serviço saiu apenas neste ano. Como a licitação foi feita no fim do ano passado, na gestão anterior, quem deveria assinar os contratos seriam os antigos secretários. Esta burocracia acabou atrasando ainda mais o processo.

A frota da prefeitura possui 500 unidades, entre veículos leves e pesados, maquinário de obras e ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu). Destes, 120 estão fora de uso. Isso significa que a cada quatro veículos, um está parado.

Ainda que tenha saído a ordem de serviço, o problema não será facilmente solucionado. O primeiro desafio é fazer um inventário para saber  exatamente quantos veículos cada secretaria tem e qual é o real estado de cada carro. A partir disso, cada secretaria terá que administrar a própria frota dentro do orçamento limitado.

“A ordem é consertar os veículos de prioridade, em razão da necessidade e do cronograma físico-financeiro de janeiro, porque, se não, eu não tenho dinheiro para consertar tudo”, afirmou Rogério Carlos Dias, que é secretário de Gestão Pública. O secretário disse ainda que após o inventário será definido quais carros serão consertados e quais serão substituídos.



Uma das prioridades é o conserto das ambulâncias. Na cidade, três estão paradas e sem opções, tudo é improvisado. Um carro sem sirenes ou sinais luminosos é usado para transportar os médicos do Samu e até os pacientes mais graves.  Desde o dia 9 de janeiro o contrato para a manutenção está em vigor.

De acordo com o diretor de emergências do Samu, Sérgio Canavese, Londrina conta com o carro improvisado e com mais duas ambulâncias para atender mais de 500 mil habitantes.  O cenário é muito diferente do ideal. “Nós precisamos de quatro ambulâncias básicas, duas avançadas e um veículo de intervenção rápido. Inclusive, nós já solicitamos a ampliação deste número de ambulâncias e nós já tivemos autorização do Ministério da Saúde”, explicou Canavese. Para que a frota chegue a Londrina ainda é necessária a liberação por parte do governo federal.

Sem transporte

A falta de ambulâncias dificulta o trabalho de quem faz o resgate e revolta algumas famílias como a do operador de máquinas Nivaldo Almeida Xavier de 43 anos. Segundo o irmão, a família teve que transportar o paciente do pronto atendimento municipal até o hospital da zona norte. Mas no caminho Nivaldo passou mal e morreu ao dar entrada no hospital.

O secretário de Saúde de Londrina, Francisco Eugênio de Souza, informou que não ficou registrado na central de ambulâncias nenhum pedido de transporte do paciente até o hospital e que a decisão de levar Nivaldo Xavier foi da família. O diretor do Samu, por sua vez, diz que o caso está sendo apurado e que ele deve dar um parecer em breve.

Fonte: G1





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